terça-feira, 16 de novembro de 2010

O exemplo negativo que vem de Brasília


Um esquema envolvendo dois ex-servidores do Governo do Distrito Federal (GDF) na venda e no repasse irregular de boxes do Shopping Popular culminou na prisão de cinco pessoas na manhã de sexta-feira passada (13/11). As informações são de um jornal diário de Brasília, Correio Braziliense (fac-simile acima).

Entre os presos acusados pela polícia de fazer parte da fraude está o presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes do Shopping Popular (Asshop), Caio Alves Donato. As detenções foram feitas por volta das 6h, durante operação da Polícia Civil batizada de Fafnir II, desencadeada por 54 agentes da 3ª Delegacia (Cruzeiro), da Divisão Especial de Crimes Contra a Administração Pública (Decap) e da Divisão de Operações Especiais (DOE).

No domingo (7), o Correio Braziliense publicou, com exclusividade, reportagem mostrando irregularidades no Shopping Popular, inaugurado há dois anos. Boxes cedidos pelo governo e que deveriam ser utilizados por feirantes sorteados naquela época foram revendidos em bloco. Alguns se transformaram em grandes lojas. Divulgado em um folder de propaganda, o endereço da loja Ecologic Motors denunciava a falta de controle no estabelecimento vizinho à Rodoferroviária. “Transporte ecologicamente correto”, anunciavam os sócios do show-room localizados na Ala B — lojas 67 a 80 — do Shopping Popular. No panfleto, jet-skis e até carrinhos de golfe, típicos produtos de luxo, estavam em oferta. O negócio era bastante lucrativo, uma vez que, pelo projeto original, os feirantes eram isentos de impostos.

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É importante sabermos de informações sobre o que está ocorrendo em outras cidades brasileiras, no assunto que diz respeito à relação vendedores ambulantes/governos. Vejam que a situação acima descrita ocorreu durante o governo de José Roberto Arruda (DEM), ex-governador de Brasília e recentemente preso e afastado por graves denúncias de corrupção ativa e passiva.

Os camelôs de Brasília eram vítimas de uma máfia que comercializava boxes e espaços no Shopping Popular de Compras do Distrito Federal (GDF). Havia envolvimento do próprio presidente da associção dos ambulantes e agentes públicos do GDF. Os boxes individuais eram vendidos em blocos para comerciantes de maior porte, e que se estabeleciam com lojas comerciais de grandes dimensões (e isentos de impostos), desvirtuando assim o local destinado a pequenos "empreendedores individuais".

Chamamos a atenção, pois, para a necessidade de permanente vigilância do poder público e seus agentes em várias esferas. O recado negativo de Brasília é claro: quando o poder público está tomado por agentes corruptos, omissos e/ou irresponsáveis a tendência é a proliferação de pequenas máfias, crime organizado, quadrilhas de aproveitadores, etc. Ou seja, onde o Estado está ausente ou não faz cumprir as leis há como que um estímulo indireto aos bandidos e malfeitores de todo o gênero.

Leia aqui - na íntegra - a matéria do jornal Correio Braziliense, e assista a um vídeo que mostra a prisão dos envolvidos nas fraudes criminosas do Shopping Popular de Brasília.

2 comentários:

Anônimo disse...

Algo parecido vemos no nosso "camelôdromo", venda de bancas, "camelôs" com mais de uma banca e até mesmo depósito - em plena praça pública, sem falarmos da venda de mercadorias suspeitas, da conivência de nosso Prefeito e demais órgão públicos, que nada fazem. Vergonha, vergonha e mil vezes vergonha - não tem outra palavra a expressar.

Anônimo disse...

ola voces deveriam de denunciar aqui tambem a venda irregular de boxes feita pelo "artesanato" onde o principal vendedor que tinha banca ali e vendeu, é o pai daquela menina que colocou a boca aqui no blog, dizendo que ele era um santinho