quarta-feira, 30 de novembro de 2011

E Rivera não vai se mobilizar?



Mesmo aos trancos e barrancos, negaças e embromações (e um rosário de mentiras) da administração Wainer, o processo de desocupação da linha de fronteira está em andamento, pelo lado brasileiro. É de se registrar que não há prazo algum para a prefeitura de Livramento restaurar a Praça dos Cachorros e muito menos o Parque Internacional, este ainda em estaca zero de solução.

Contudo, preocupa-nos é a morosidade do lado uruguaio. Representantes da nossa Comissão de Mobilização estiveram por duas ocasiões na Intendência de Rivera, em ambas as vezes foram recebidos pelos senhor Briz, uma espécie de relações públicas do Intendente Marne Osório (Partido Colorado).

Sempre ouve o compromisso – pelo menos verbal – de livrar a praça e a 33 Orientales da presença do comércio ambulante irregular. Mas até o presente momento os ambulantes continuam operando no mesmo local e de forma completamente ilegal. Nas audiências que tivemos na Intendência, nos foi mostrado o esboço de projeto arquitetônico a ser montado para os ambulantes. Como se vê, tudo isso permanence no papel e na retórica fácil das autoridades municipais uruguaias. De concreto, não temos absolutamente nada.

De outra parte, é necessário que haja uma mobilização mais efetiva e organizada por parte da comunidade riverense. Se nota, que o descaso, a morosidade e o discurso fácil são comuns nesta linha de fronteira, tanto em lado brasileiro, quanto em lado uruguaio. Até aí estamos empatados e solidários na irresponsabilidade do poder público local.

Entretanto, há uma distinção que é preciso registrar: enquanto em Livramento houve a mobilização por parte de um grupo de cidadãos, cidadãs, entidades sociais, promotoria pública e Poder Judiciário, em Rivera, nada disso foi logrado, ao contrário, há uma calmaria que parece imitar a lerdeza do poder público.    
    
É hora, pois, de a comunidade riverense reagir e começar a exigir providências da Intendência local. É preciso lançar um blog, a exemplo que fizemos aqui, divulgar reuniões, mostrar o descaso das autoridades, estampar fotografias que possam constranger os responsáveis, mobilizar o comércio formal no sentido de auxiliar na pressão contra os administradores municipais, chamar os estudantes, conclamar a imprensa e os parlamentares que representam Rivera no poder central de Montevideo.

Este blog, seus ativistas, e colaboradores estão prontos para se juntar solidariamente à luta da comunidade riverense.   

Juntos somos mais. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As tendas do Wainer estão criando raízes



A fotografia acima foi tirada no domingo passado. Observem que uma das tendas dos ambulantes já está dotada de porta de zinco. Isto significa que estão deixando de ser provisórias para se tornarem permanentes. Estão criando raízes, como se diz.

É assim que se criam as deformidades urbanas, o que era para ser temporário, cria estabilidade. O ambulante que construiu a porta, certamente, está inseguro e tratou de diminuir a sua temeridade com uma porta metálica.

Por enquanto é apenas uma banca que apresenta porta. Mas a tendência é este procedimento virar rotina nas tendas projetadas pela administração Wainer Machado - a grande obra criativa do atual prefeito. 

Como se vê, ainda não tivemos a solução definitiva do problema caótico da linha da fronteira. Nem a Praça dos Cachorros foi restaurada, nem os camelôs estão em local digno e legal.

Wainer Machado está enxugando gelo e continua enrolando a comunidade santanense, cerca a Praça, não faz a restauração e monta tendas precárias em plena via pública. A ilegalidade permanece e o descaso do Poder Executivo aumenta.

Fotografia pescada no portal Filhos de Santana, nosso parceiro no movimento.  

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O silêncio sepulcral dos vereadores santanenses



Como todos sabem este blog é o porta-voz privilegiado, mas não exclusivo, de um movimento em favor da desocupação e restauração completa da Praça dos Cachorros e do Parque Internacional, que há mais de trinta anos enfeiam e tornam caótica a situação na linha de fronteira.

Começamos a nossa mobilização em julho de 2010, durante este período obtivemos a adesão de cerca de oito mil pessoas, através de um abaixo-assinado,  entre santanenses, riverenses, e amigos de Livramento. A repercussão deste trabalho político (mas não partidário) foi longe, saíram matérias e reportagens em inúmeros órgãos da imprensa, no RS e no Uruguai.

Depois de 16 meses de ativismo aqui no blog, mas sobretudo em reuniões com entidades, associações de classe, debates abertos e em programas de rádio, e diálogo permanente com autoridades do Ministério Público, Poder Judiciário e mesmo com setores profissionais da Prefeitura Municipal de Livramento e de Rivera, podemos afirmar que convergimos com o conjunto da comunidade santanense e riverense. Fomos bem recebidos e acolhidos em todos esses âmbitos e instâncias de autoridade, entretanto, chama a atenção é o silêncio da Câmara Municipal de Vereadores de Livramento. Um silêncio de cemitério.

Nesta, que deveria ser a casa viva e ativa do povo santanense, tivemos apenas silêncio e nada mais. Salta aos olhos a omissão dos vereadores – de todos os partidos – quanto aos interesses legítimos da nossa comunidade, parece que não há o menor interesse para a solução definitiva de um problema de três décadas, bem como a destinação de um local de trabalho digno para os vendedores ambulantes de Livramento, vítimas que foram de antigas políticas macroeconômicas que desempregavam e excluiam os trabalhadores do mercado formal de trabalho.

Ano que vem temos eleições municipais, muitos destes vereadores irão se apresentar à comunidade como candidatos à reeleição, outros, se apresentarão como candidatos ao Executivo.

Por isso, prezado eleitor, prezada eleitora, muito cuidado nesta hora.

Observe a vida pregressa do seu futuro escolhido, tanto para a Câmara, quanto para a Prefeitura. Veja se ele ou ela tem tradição de participação política em fatos e eventos de importância para o nosso município.

Observe se ele ou ela foi omisso ou omissa nos grandes debates da cidade. Fique atento se o seu candidato não é um oportunista e espertalhão que na última hora quer passar ou representar aquilo que nunca foi como cidadão ou cidadã de Livramento.

Lembre-se: quem nunca foi cidadão ou cidadã, ou seja, quem nunca participou de lutas e mobilizações em favor de toda a comunidade, não pode merecer o seu voto e a sua confiança.

Pense nisto na hora de votar, ano que vem.    

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Entrevista do urbanista causa preocupação na comunidade santanense



Domingo passado, dia 13 de novembro, no jornal A Plateia, página 5, lemos uma matéria que trazia a palavra de um arquiteto urbanista da associação chamada Ateliê Um. O jornal não informa a que título aquele profissional está trabalhando na pré-restauração da Praça dos Cachorros. Não ficamos sabendo se o arquiteto foi contratado pela Prefeitura Municipal de Livramento, se ele será remunerado, quanto será a sua hipotética remuneração, se está responsável por montar um projeto e por quanto tempo se estenderá seu trabalho. Nada disso se sabe, porque não foi informado pelo jornal.

De qualquer forma, é espantoso o que diz o referido urbanista. Causou-nos grande apreensão as suas palavras, especialmente quando ele afirma que “a restauração deverá levar entre dois e três anos”.
    
É preocupante que uma praça de cerca de dois mil metros quadrados – que, convenhamos, é de reduzida dimensão - possa ficar até três anos sob obras de restauro. Significa afirmar que as obras irão progredir na desabalada velocidade de um palmo por mês.

Outra interrogação que nos deixa pálidos de espanto é a afirmação do senhor urbanista, segunda a qual “o trabalho será longo, de ampla pesquisa e deverá envolver parcelas de Arqueologia”. Ora, ninguém explica, o urbanista não detalhou, e o jornal não perguntou o que significa “envolver parcelas de Arqueologia”.

Será que o urbanista convidado (por quem?) suspeita que a Praça dos Cachorros está assentada sobre um sítio arqueológico de grande valor etnográfico e cultural?

Observem que aí está uma manifestação de grande irresponsabilidade social. O sujeito vai ao jornal, não diz quem o contratou (e o jornal não pergunta), faz afirmações levianas e ligeiras, sem qualquer lastro científico, espalha preocupação na comunidade e a Prefeitura não se preocupa em desmentir ou ratificar o que foi afirmado publicamente em um jornal de grande circulação local.

Com que legitimidade este urbanista faz aquelas afirmações públicas. Quem o autorizou a falar (e tomar decisões que envolvem recursos orçamentários do município) sobre o espaço público de Livramento?

Ou tudo não passa de mera opinião pessoal (e fantasias) de um indivíduo de abnegado espírito público que quer tão-somente ajudar a comunidade santanense de forma gratuita e desinteressada?
       

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O prefeito Wainer só quer beber a limonada



As notícias sobre Livramento, nos últimos dias, dão conta que houve a retirada dos camelôs da Praça dos Cachorros, bem como o cercamento com tapumes deste espaço público desvirtuado de suas funções urbanas por mais de três décadas. Contudo, essas mesmas notícias trazem uma distorção dos acontecimentos que precisam ser recolocados nos termos da verdade factual.  

O prefeito Wainer Machado está contorcendo a realidade em favor de sua administração inoperante e omissa. Por sete longos anos, o prefeito Machado se omitiu da responsabilidade de cumprir a lei quanto à presença de comércio ambulante em local impróprio e junto à linha de fronteira, desafiando assim a legislação municipal – Código de Posturas e Lei do Plano Diretor – e a própria legislação federal que trata das linhas limítrofes internacionais.  

Depois de uma longa campanha cívica iniciada aqui neste modesto blog, em julho de 2010, depois de um ordenamento judicial que obrigou o prefeito Machado a desocupar a praça e realocar os ambulantes, agora este mesmo prefeito vem discursando a retórica do cinismo e do oportunismo. Quer fazer do limão azedo, uma limonada doce e gelada! Dá entrevistas, fala nas rádios e se manifesta como se fora o protagonista número um do processo de legalização e organização do espaço público na linha de fronteira. Não é. Nunca foi.

As mudanças estão se operando porque houve mobilização popular, porque houve pressão social, institucional e política, porque houve a tomada de consciência de autoridades do Ministério Público e do Poder Judiciário. Esta é a verdade factual.

O prefeito Wainer é agente passivo nesta operação, apenas cumpre ordens do Judiciário, nada mais.

Saibam todos que o prefeito Wainer está cumprindo determinação judicial irrecorrível e intransferível, caso contrário poderia sofrer graves sanções e até perder o cargo de chefe do Poder Executivo do município de Livramento. Para piorar a situação, é preciso informar (já que a imprensa local não o faz como deveria) que o município de Livramento é réu em uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público acerca do descaso da Prefeitura para com as irregularidades na linha de fronteira.      
   
O prefeito Wainer está querendo pegar carona numa obra coletiva que não lhe pertence, e ainda assim quer tomar lugar de honra e posar todo pimpão na vitrina dos acontecimentos. Mal conseguindo ocultar a condição de réu, Wainer insiste e teima em fazer proselitismo político-eleitoral, apostando num comportamento espetaculoso e irresponsável.    

Antigamente o nome disso era demagogia, que nos bons dicionários significa “ação ou discurso que simula virtude com objetivos escusos”.  

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Diga não à privatização da água e do saneamento



De forma dissimulada, mas com as piores intenções, a atual administração municipal de Livramento está querendo persuadir a população de que a privatização da nossa água e saneamento nos levará ao céu.

Não é nada disso. Ao contrário, a privatização dos serviços públicos de água e saneamento é um engodo, que não pode ser admitido e tolerado pela cidadania santanense.

Fiquemos alertas! Cuidado com o amigo urso!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Passear na Praça dos Cachorros


Inúmeros depoimentos manifestam a proximidade do prazer em redescobrir - e para muitos conhecer - a antiga Praça dos Cachorros, como o depoimento abaixo de Zuil Pujol, retirado do portal Fronteira da Paz, intitulado Enfim, a Praça.


"Quando estou em Livramento, vou todas as tardes no restaurante Yglú Via Park onde encontro os amigos da confraria que lá formamos há alguns anos. Lá falamos de tudo: futebol, política, literatura e contamos piadas. As horas passam e não sentimos o tempo passar.

Mas não é da confraria que quero falar agora. Acontece que nesses últimos dias tenho caminhado pelo Largo do Internacional e acompanhado as ações que culminaram com a retirada dos camelôs da sempre chamada Praça dos Cachorros. Eles (os camelôs) já não estão lá. Sei que vão voltar para o mesmo local, mas para a rua que passa em frente à praça, em barracas padronizadas construídas pela Prefeitura Municipal. Mesmo ainda, aos escombros, é lindo ver a antiga Praça Rio Branco, depois Gal. Flores da Cunha, mas sempre Praça dos Cachorros.

Cada vez que vou na Yglú, dou numa caminhada pelo agora liberto logradouro público. É claro que os monumentos estão mutilados, assim como a pérgola que está lá no meio, mas gosto de ver as pessoas passeando, com um olhar de felicidade, um olhar de infância, lembrando os tempos em que lá brincavam. Um chegou a me dizer que achava que os cachorros eram maiores . Depois, deu-se conta de que ele é que era pequeno. Mas estava feliz, sorridente, por se sentir de novo criança, passeando pela Praça dos Cachorros. Que nem eu que também voltei aos meus tempos de infância, fazendo aflorar o eterno guri que vive em mim...

Até outra..."

Foto de Daniel  Badra, publicado no site Filhos de Santana

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vida nova na Fronteira


A Fronteira está mudando, tudo depende da vontade dos cidadãos e do poder público.
Cada um tem o seu dever e seu direito.
Vida nova à Praça dos Cachorros, ao Parque Internacional, à Fronteira.
Continue participando, isto é só o recomeço!

Edição de Federico Bonani

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Aos ouvintes da rádio RCC FM


Programa "Conversa de fim de tarde"

Estava ouvindo a “Conversa de fim de tarde” da RCC, hoje, 3 de novembro, e gostaria de fazer algumas considerações a respeito dos comentários sobre a prometida desocupação da Praça dos Cachorros.

Quanto ao comentário da juíza Fontoura neste mesmo programa, na terça feira, dia 1º de novembro, ao dizer que as pessoas que ajuizaram a ação não estavam presentes na audiência pública, afirmo que não é verdade. Quem ajuizou a ação foi o Ministério Público Estadual, através do Procurador Marcelo Gonzaga, e este estava presente.

Se a juíza Fontoura referiu-se à família Bonani, que deu início ao Movimento pela Restauração da Praça dos Cachorros, também há um equívoco, pois a Leonilde estava presente, bem como o nosso parceiro desde o início de “Os Filhos de Santana”, na pessoa do Fabian Ribeiro.

Iniciamos um movimento de cidadania e obtivemos o apoio da população e de diversas entidades santanenses. Denunciamos as irregularidades e formalizamos as denúncias a todos os órgãos que julgamos responsáveis pela realidade em que se encontra a linha de fronteira entre Livramento e Rivera.

Entretanto, quando ocorreu a primeira audiência com a juíza Carmem Lúcia da Fontoura fomos impedidos de participar, bem como das demais que aconteceram em sigilo. Respeitamos as deliberações e aguardamos o andamento deste processo no mais absoluto silêncio.  Assistimos calados, como o restante da população, e tomamos conhecimento das ações juntamente com toda a população. Agora, concordar, ou não com os encaminhamentos dados, é outra questão.

Consideramos insatisfatórias as decisões anunciadas visto que, os camelôs continuam em ”lugar provisório” e ilegal; que garantias a população tem de que este "provisório" não levará outros 30 anos? Qual o prazo ajuizado para a restauração efetiva e completa da praça? Qual o prazo para a retirada do tal tapume que circundará a praça? Por que, em todo este tempo não iniciaram o estudo urbanístico de restauração? Por que nunca houve busca de recursos federais para a regularização da linha de fronteira? Por que inexiste projeto sequer para um problema de três décadas? Por que somente a partir do dia 7 de novembro haverá fiscalização da Prefeitura, se é que haverá?  

Continuaremos vigilantes e denunciando as irregularidades até que a Praça Flores da Cunha seja totalmente restaurada e entregue à população, e convocamos a população para assim também proceder.

Abraço,

Laura