quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Os camelôs estão medindo força?



Esta é a conclusão que podemos tirar, visto que, após 75 dias de contínua denúncia das irregularidades cometidas pelos camelôs na Praça dos Cachorros, e dois dias após protocolarmos a Denúncia formal em todos os órgãos responsáveis pela ordem pública, surge mais uma banca. Desta vez no marco central, situado no limite entre Livramento e Rivera, entre o Largo Hugolino e o início da calle Sarandi. As fotografias (tiradas há dois dias) são testemunhais.

Os camelôs estão medindo força ou provocando mesmo?

Livramento é, sem dúvida, uma terra sem lei.

Dias atrás, na rádio RCC, o inspetor-chefe da Receita Federal afirmou (está gravado) que o comércio ilegal será reprimido somente quando os camelôs estiverem em local regular e definitivo. Quem diz que o sujeito que colocou essa banquinha ao lado do marco internacional não se sentiu estimulado pela leniência e pachorra excessiva do inspetor-geral?

Outro exemplo da licenciosidade: um funcionário da Prefeitura Municipal de Livramento é apanhado e preso por  transportar agrotóxicos contrabandeados em uma ambulância da saúde pública.

Querem outro exemplo, igualmente, greve: há poucas semanas um conhecido Vereador foi preso em flagrante  portando em seu veículo animais em extinção abatidos em caçada ilegal. O Vereador prestou depoimento e foi imediatamente liberado. Hoje, goza da mesma liberdade dos pássaros e dos inocentes.

E la nave và... como dizem os italianos.

Fotografia de Fabian Ribeiro, pescada no portal Filhos de Santana.

Um comentário:

Anônimo disse...

Assino embaixo:
"Conheço uma garota uruguaia que tem banca do lado uruguaio há uns dez anos. Antes de ser camelô, ela já trabalhou em sete ou oito atividades, já fez vários cursos de "capacitação" profissional, já apelou prá políticos e o escambau. Ela tem um filho de 16 anos, ao qual educou muito bem e a quem sempre sustentou com o mínimo de conforto mas com o máximo de dignidade e honradez. Ela, se pudesse, trocava esse trabalho sem folgas, sem férias, sem horário prá terminar, de baixa lucratividade, sujeito às intempéries - frio, calor, chuva - sujeito a cantadas e a grosserias de todo tipo, por um emprego em escritório, numa rádio, num jornal, ou numa repartição pública. Por isso reitero que, embora possa haver casos de polícia, há MUITOS problemas sociais por detrás desse trabalho dos camelôs. Do lado brasileiro e do lado uruguaio. Não sejamos insensíveis! Vamos tentar resolver o problema da situação urbana, mas devemos pensar, primeiro, nas pessoas envolvidas!"