sábado, 5 de abril de 2014

Praça dos Cachorros: o Prefeito não quis fazer um gol de placa



A cadeira, ou a sala mesmo, talvez as frestas do Gabinete do Chefe do Executivo do Palácio Moisés Viana (prefeitura) devem ter algum fungo que afeta o ânimo dos sucessivos senhores prefeitos de Livramento. Me explico: há mais de três décadas todos os prefeitos da nossa cidade tem tido o mesmíssimo comportamento face à balbúrdia e ao caos da Praça dos Cachorros e o Parque Internacional, inclusive o atual, senhor Glauber Lima. 

Um fenômeno que merece análise de cientistas experientes. 

Aliás, o atual prefeito, quando vereador, jamais se pronunciou - nem contra, nem a favor - do movimento pela limpeza e restauração da linha de fronteira. Sua Excelência tem sido fiel ao seu mutismo, à sua imobilidade e ao seu descaso para com a recuperação urbana de Livramento. 

Nas vezes em que falou da Praça dos Cachorros e sua feiúra agressiva, o fez provocado por seus interlocutores. Jamais tomou qualquer iniciativa ou emitiu juízo sobre o óbvio ululante da Praça dos Cachorros. Este blog, em todos esses anos que aqui lutamos, é testemunha da índole acomodada do atual prefeito. 

Pois bem, na última quinta-feira, quando da inspeção da juíza Carmen Lúcia Fontoura, acompanhada da promotora Fernanda Carvalho, de agentes da Polícia Federal e da Brigada Militar, à limpeza da Praça dos Cachorros, Glauber Lima poderia ter acompanhado a magistrada. Teria demonstrado que não compactua com a ilegalidade, a balbúrdia e o caos de três décadas de administrações irresponsáveis e omissas com os espaços públicos de Livramento. 

Caso acompanhasse a juíza, Glauber teria feito um gol de placa. Teria dado um recado direto à população: estou aqui porque quero a recuperação definitiva deste histórico espaço público, palco de convivências amigáveis entre gerações de brasileiros e uruguaios, de famílias, de visitantes ilustres e desconhecidos. Glauber, caso acompanhasse solidariamente a juíza Fontoura, estaria dizendo à comunidade santanense que é distinto dos demais ex-prefeitos, que é comprometido com um novo modo de governar, que não compactua com a ilegalidade, nem com populismo facilitário, nem com demagogia eleitoreira.       

Mas, não, Glauber preferiu a vala comum, optou pela omissão e a recusa ao diálogo cooperativo e solidário.

Glauber - agora está provado - foi atacado pelo mesmo caruncho que habita as velhas frestas do Palácio Moisés Viana.